A aterosclerose é uma das principais causas de acidentes cardiovasculares. Ela é caracterizada pelo depósito de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias, o que reduz o fluxo sanguíneo e causa uma deficiência de sangue nos tecidos irrigados por elas.
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O desenvolvimento da aterosclerose é lento e progressivo. Os sintomas costumam surgir apenas após uma obstrução arterial significativa, de cerca de 75% do calibre de uma artéria.
A longo prazo, a aterosclerose pode ser responsável por desencadear condições vasculares potencialmente fatais, como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Por isso, é preciso dar muita importância à prevenção e estar atento aos menores sinais!
O que causa a aterosclerose?
O depósito de gordura na parede das artérias é um processo gradativo provocado por uma série de fatores prejudiciais à saúde vascular. A principal causa da doença está relacionada à ingestão elevada de gorduras saturadas na dieta alimentar, o que favorece depósitos irregulares de material gorduroso no interior das artérias.
Segundo dados do Ministério da Saúde, 29,4% da população brasileira consome carne com excesso de gordura e cerca de de 60% dos alimentos com maior teor de gordura fazem parte da alimentação diária da população brasileira. Dessa forma, corrigir a alimentação é um grande desafio para evitar o aumento de casos de aterosclerose no Brasil.
Além da alimentação rica em gordura, existem diversos fatores de risco que contribuem para desencadear um quadro de aterosclerose. Basicamente, são hábitos e condições de saúde que afetam a saúde vascular e prejudicam a correta circulação sanguínea arterial.
Fatores de risco para a aterosclerose
Estudos epidemiológicos mostraram que a aterosclerose incide com maior frequência e intensidade em indivíduos que se enquadram em algumas características, que compreendem os fatores de risco para a doença. Confira:
- Idade: Predominante na faixa de 50 a 70 anos.
- Sexo: Predominante no sexo masculino, pois as mulheres são protegidas, desviando suas gorduras sangüíneas para a produção de hormônio feminino (estrogênio). Após a menopausa a proteção desaparece.
- Hiperlipidemia: Indivíduos que têm altos níveis de gorduras circulantes no sangue, sendo o colesterol a principal delas, depositam este excesso nas artérias obstruindo-as progressivamente.
- Tabagismo: Os indivíduos que fumam têm um risco nove vezes maior de desenvolver a arteriosclerose que a população não fumante. A decisão de parar de fumar modifica favoravelmente a evolução dos pacientes sintomáticos.
- Hipertensão: A hipertensão arterial provoca alterações na superfície interna das artérias, facilitando a penetração das gorduras na parede arterial.
- Sedentarismo: A atividade física reduz os níveis de colesterol e favorece a circulação.
- História familiar: Assim como a idade e o sexo, não podemos mudar nossa herança genética, e este é um fator também importante, não devendo ser negligenciado. Há famílias que, por diversos desvios metabólicos, estão mais sujeitos à doença.
Quais são os sintomas?
A aterosclerose é uma doença sistêmica, acometendo simultaneamente diversas artérias do ser humano. O quadro clínico apresentado pelo paciente vai depender de qual artéria está mais significativamente obstruída:
– Caso sejam as coronárias (artérias do coração), o paciente sentirá dor cardíaca durante o esforço na evolução crônica, ou o enfarte na evolução aguda.
– Caso sejam as carótidas (artérias do pescoço), podem ocorrer perturbações visuais, paralisias transitórias e desmaios na evolução crônica, e o derrame (acidente vascular encefálico) na evolução aguda;
– Caso sejam as artérias ilíacas e femorais (artérias de membros inferiores), pode ocorrer claudicação intermitente (dor nas pernas ao caminhar), queda de pelos, atrofias da pele, das unhas e dos músculos, e até mesmo dificuldade de ereção peniana nos casos crônicos, e gangrena nos casos agudos.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico inicial da aterosclerose é realizado por meio de um exame físico e análise do histórico clínico do paciente. Para garantir a precisão do diagnóstico, o médico responsável poderá solicitar a realização de uma série de exames complementares que fornecem informações importante sobre a saúde vascular do paciente, como:
- angiografia;
- ecocardiograma;
- eletrocardiograma;
- angiotomografia;
- ultrassonografia com doppler;
- teste de esforço físico.
Como prevenir?
O angiologista ou cirurgião vascular são os especialistas indicados para avaliar e tratar a aterosclerose. O tratamento é realizado individualmente, de acordo com os sintomas e gravidade da doença, podendo ser medicamentoso ou cirúrgico.
No entanto, melhor que tratar, é evitar o aparecimento da doença. Isso pode ser alcançado com a adoção de hábitos saudáveis na rotina do paciente. É preciso que cada paciente se conscientize sobre a importância na mudança do estilo de vida, afinal a prevenção sempre é o melhor tratamento. Confira os principais cuidados que você deve ter:
- mantenha uma alimentação saudável e evite alimentos ricos em gordura e sódio;
- procure manter o peso ideal;
- pratique atividades físicas regularmente;
- evite cigarro e bebidas alcoólicas;
- procure controlar o diabetes, hipertensão e colesterol.
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